segunda-feira, 18 de junho de 2007

RELIGIÕES




"Para mim, as diferentes religiões são lindas flores, provenientes do mesmo
jardim. Ou são ramos da mesma árvore majestosa. Portanto, são todas
verdadeiras".

A frase que você acabou de ouvir foi dita por uma das mais importantes
personalidades do século vinte: o Mahatma Gandhi.

Veja quanta sabedoria nas palavras do homem que liderou a independência da
Índia sem jamais recorrer à violência!

Nos tempos atuais, são raros os que realmente têm uma posição como a de
Gandhi, que manifestava um profundo respeito pela opção religiosa dos
outros.

Muitas pessoas acreditam que sua religião é superior às demais. Acreditam
firmemente que somente elas estão salvas, enquanto todos os demais estão
condenados.

Pouquíssimas pensam na essência da mensagem que abraçam, já que estão muito
preocupadas em converter almas que consideram perdidas.

E, no entanto, Deus é Pai da Humanidade inteira. Todos nós temos a
felicidade de trazer, em nossa consciência, o sol da Lei Divina. Ninguém
está desamparado.

De onde vem, então, essa atitude preconceituosa, exclusivista, que nos
afasta de nossos irmãos?

Vem de nosso pensamento limitado e ainda egoísta. Quase sempre o homem
acredita que tem razão.

Imagina que suas opiniões, crenças e opções são as melhores. Você já notou
que a maior parte das pessoas acha que tem muito a ensinar aos outros?

É que, em geral, as pessoas quase não se dispõem a ouvir o outro: falam sem
parar, dão opiniões sobre tudo, impõem sua opinião.

São almas por vezes muito alegres, expansivas, que adoram brincar. Chamam a
atenção pela vivacidade, pelos modos espalhafatosos, pelas risadas
contagiantes e pelas conversas em voz alta.

Mas são raras as vezes em que param para escutar o que o outro tem a dizer.
São como crianças um tanto egoístas, para quem o Mundo está centrado em si
ou na satisfação de seus interesses.

É uma atitude muito semelhante a que temos quando acreditamos que o outro
está errado, simplesmente por ser de uma religião diferente. É que não
conseguimos parar de pensar em nossas próprias escolhas.

Não estudamos a religião alheia, não nos informamos sobre o que aquela
religião ensina, que benefícios traz, quanta consolação espalha.

Se estivéssemos envolvidos pelo sentimento de amor incondicional pelo
próximo, seríamos mais complacentes e mais atentos às necessidades do outro.

E então veríamos que, na maioria dos casos, as pessoas estão muito felizes
com sua opção religiosa.

A nossa religião é a melhor? Sim, é a melhor. Mas é a melhor para nós.

É óbvio que gostamos de compartilhar o que nos faz bem. Ofertar aos outros a
nossa experiência positiva é uma atitude louvável e natural.

Mas esse gesto de generosidade pode se tornar inconveniente quando
exageramos.

Uma coisa é ofertar algo com espírito fraternal, visando o bem. Mas
diferente quando desejamos impor aos demais a nossa convicção particular.

Se o outro pensa diferente, respeite-o! Ele tem todo o direito de fazer
escolhas. Quem de nós lhe conhece a alma? Ou a bagagem espiritual, moral e
intelectual que carrega?

Deus nos deu nosso livre arbítrio e o respeita. Por que não imitá-Lo?

Enquanto não soubermos amar profundamente o próximo, respeitando-lhe as
escolhas, não teremos a atitude de amor ensinada por todas as religiões e
pelos grandes Mestres da Humanidade.

Texto da Redação do Momento Espírita.

quinta-feira, 14 de junho de 2007

OS EXUS GUARDIÕES



Das entidades de umbanda Exu é que mais polêmica e discussão geram entre curiosos e até mesmo integrantes dos Cultos de Umbanda.

Para começar diremos que EXU NÃO É:

Uma entidade trevosa que realiza desejos escusos. Exu não tem nada a ver com as imagens comercializadas. Não é vingativo, violento e cruel. Não usa capa vermelha ou preta. Não tem “pé” de bode. Não é todo vermelho. Não tem rabo e nem chifres. Não come galinha ou carnes cruas. Nem bebem até deixar seus “cavalos” sem condições de andar.

Não negamos que existem entidades que se apresentam ou sejam até mais horrendas do que as imagens de mau gosto encontrado nas casas de artigos religioso, mas estas entidades com toda certeza não são Exus.

Exu, na realidade é guardião da Luz para as Sombras, e das Sombras para as Trevas, e é ele que COMBATE às entidades que possuem as formas mais horrendas e esquisitas. Estes seres ainda encravados no mal são os chamados KIUMBAS e são violentos, vingativos e cruéis.

Tais criaturas são atraídas de suas covas no SUBMUNDO ASTRAL pelas nossas próprias atitudes e sentimentos inferiores, sendo que os EXUS SÃO COMO GUERREIROS, que impedem o acesso destes seres às zonas mais superiores, e estes Kiumbas, quando podem, mistificam os Exus, ou mesmo Caboclos, Pais-Velhos, e Crianças.

E como reconhecer um Exu de fato e de direito? Simples:

O verdadeiro guardião não deixa seu médium torto, com expressão de ódio no rosto, não fica com os dedos em forma de garras, e não se arrasta no chão. Exu de Umbanda não fala palavrões de deixar cabelo em pé, não é “doidinho” por marafo (pinga) e sangue e não aceita entregas em encruzilhadas de rua ou cemitérios. Quem aceita estas coisas nestes locais, são os já citados Kiumbas, que são os que gostam de galo e galinha pretos na encruza.

Portanto CUIDADO irmão de fé, não ofereça sangue ou animais nas ruas, pois poderá levar estas entidades para suas casas, o que lhe trará os maiores dissabores e problemas.

Os preceitos para Exu são entregues nas encruzilhadas das matas e campina, e sempre com elemento sutis. Exu de Umbanda não pode ser comprado com bagatelas e Exu nenhum de verdade aceita realizar trabalhos para matar ou prejudicar alguém.

Como sabemos Exu é justo, ou seja, está ligado aos conceitos do “Quem deve paga, e quem merece recebe”. Por isso não existe aquela história de fazer amizade com Exu, para conseguir isto ou aquilo. Com isso, não queremos dizer que Exu é uma entidade boazinha, mas pensem um pouco, que lógica tem baixar em um terreiro Caboclo, Pai-Velho, Criança para fazer a caridade, e no mesmo terreiro baixar Exu para praticar o mal.

Exu é de serventia de Caboclo, Pai-Velho e Criança, sim, mas única e exclusivamente para que seja cumprida a JUSTIÇA KÁRMICA, POIS EXU NÃO É BOM NEM MAL, É APENAS JUSTO.

Por isso devemos tomar cuidado com o que pedimos para Exu, pois quem não sabe o que pede, não sabe o que quer, e o que irá receber, e muito menos o que MERECE receber. Exu só trabalha com o consentimento de entidades superiores e única e exclusivamente dá alguma coisa a alguém se o merecimento deste alguém estiver de acordo com a Justiça Kármica.

Exu não costuma ficar “jogando conversa fora”, ele vai direto ao assunto, orientando e conduzindo aquilo que tem que ser feito, pois não é só esta a função de Exu.

EXU É TAMBÉM O AGENTE DA MAGIA, é ele quem executa os processos mais sutis da MAGIA DA UMBANDA. Só por isso já podemos deduzir que, para executar a magia e a justiça kármica, não poderiam ser entidades irresponsáveis e muito menos entidades inferiores.

Exu também não pede que seus médiuns se vistam de “galãs” de ternos, ou de preto e vermelho, e não realiza sessões “fechadas”, onde até o sexo é praticado em nome de Exu, como sabemos que acontece em muitos terreiros ditos de “Umbanda”.

Outra distorção que existe é a respeito do Exu Sra Pomba-Gira. Este é um Exu feminino e muitos a colocam com se fosse prostituta, uma mulher da vida. A Sra. POMBA GIRA É UMA EXU GUARDIÃO DOS MAIS SÉRIOS em de promover a bagunça à orgia, como muitos desejam, ela combate todas as perturbações relacionadas com o lado sexual, combatendo os Magos Negros e seus Kiumbas.

Assim como na Umbanda existem sete Orixás Menores Chefes de legião, na Kimbanda (que muitos confundem com Magia Negra e praticas da Kiumbanda) existem sete Exus Guardiões da Luz para as sombras que são:

Paralela ativa = UMBANDA

Paralela passiva = KIMBANDA

ORIXÁS

EXUS GUARDIÕES

ORIXALÁEXU Sr. DAS 7 ENCRUZILHADAS.
OGUMEXU Sr. TRANCA-RUAS.
OXOSSIEXU Sr. MARABÔ.
XANGÔEXU Sr. GIRA MUNDO.
YorimáEXU Sr. PINGA-FOGO.
YORIEXU Sr. TIRIRI.
YEMANJÁEXU Sra POMBA-GIRA

Obs. Os irmãos que quiserem se aprofundar no assunto, indicamos o Livro EXU O GRANDE ARCANO (F.Rivas Neto) editora Ícone. É muito esclarecedor !

Material retirado do livro: CULTURA UMBANDÍSTICA - Brasão de Freitas / Roger T. Soares / William C. Oliveira.-Ed. Ícone - 1994.

http://br.geocities.com/paijoaquidearuanda/EXU.htm (fonte)

quarta-feira, 13 de junho de 2007

A ALMA HUMANA É UM ESPÍRITO ENCARNADO.

A Alma é um Espírito encarnado. A Alma antes de se unir ao corpo era Espírito.

As Almas não são senão os Espíritos. Antes de se unir ao corpo, a Alma é um dos seres inteligentes que povoam o mundo invisível, os quais temporariamente revestem um invólucro carnal para se purificarem e esclarecerem.

[9a p. 104 q.134]


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A Alma não se acha encerrada no corpo, qual pássaro numa gaiola. Irradia e se manifesta exteriormente, como a luz através de um globo de vidro, ou como o som em torno de um centro de sonoridade. Neste sentido se pode dizer que ela é exterior, sem que por isso constitua o envoltório do corpo. A Alma tem dois invólucros. Um, sutil e leve: é o primeiro, ao qual chamas perispírito, outro, grosseiro, material e pesado, o corpo. A Alma é o centro de todos os envoltórios, como o gérmen em um núcleo, já o temos dito.

[9a p. 107 q.141]


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O corpo físico contém um corpo etérico, ou bioplásmico (duplo etérico [1 p.171] ), segundo preferem os investigadores russos. Este corpo etérico contém nosso corpo astral que, por sua vez, contém nosso corpo mental-causal. Esse, por sua vez, aloja vários outros corpos mentais mais sutis. Os seres habitantes nesses corpos mentais são freqüentemente denominados Seres de Luz. Dentro de todos esses corpos está nossa Alma. É dito que a Alma é nossa realidade, ego eterno, o pequeno raio de pureza, amor eterno e Luz cósmica localizada na área do coração, mas existindo em uma dimensão mais sutil (num outro domínio de realidade) e, como tal, permanecendo invisível para nós.

Consciência espírita: www.consciesp.org.br


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Quanto mais inferior é o Espírito, tanto mais apertados são os laços que o ligam à matéria. Não o vedes? O homem não tem duas almas; a alma é sempre única em cada ser. São distintas uma da outra a alma do animal e a do homem, a tal ponto que a de um não pode animar o corpo criado para o outro. Mas, conquanto não tenha alma animal, que, por suas paixões, o nivele aos animais, o homem tem o corpo que, às vezes, o rebaixa até ao nível deles, por isso que o corpo é um ser dotado de vitalidade e de instintos, porém ininteligentes estes e restritos ao cuidado que a sua conservação requer.

[9a p.298 q. 605]


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Há no homem um princípio inteligente a que se chama ALMA ou ESPIRITO, distinto, imaterial, individual, independente da matéria, que lhe dá o senso moral e a faculdade de pensar e que em nós reside e sobrevive ao corpo, conservando sua individualidade após a morte.

[15a p.32 e 34]


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A Alma independe do princípio vital. O corpo não é mais do que envoltório, repetimo-lo constantemente. O corpo pode existir sem a Alma. Entretanto, desde que cessa a vida do corpo, a Alma o abandona. Antes do nascimento, ainda não há união definitiva entre a Alma e o corpo; enquanto que, depois dessa união se haver estabelecido, a morte do corpo rompe os laços que o prendem à Alma e esta o abandona. A vida orgânica pode animar um corpo sem Alma, mas a Alma não pode habitar um corpo privado de vida orgânica. O nosso corpo, se não tivesse Alma, seria simples massa de carne sem inteligência, tudo o que quiserdes, exceto um homem.

[9a p. 105 q.136]


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Devemos observar que quando nos estudos de O Livro dos Espíritos, o termo Alma se refere ao espírito quando encarnado, e o termo espírito se designa os espíritos errantes, ou seja, libertos do corpo físico.


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A Alma é o foco da consciência e da personalidade. Sente, pensa e quer.

[1 p.24 / 25].


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Poder-se-ia, assim dizer, e talvez fosse o melhor,

a Alma vital - indicando o princípio da vida material;

a Alma intelectual - o princípio da inteligência,

e a Alma espírita - o da nossa individualidade após a morte.

Como se vê, tudo isto não passa de uma questão de palavras, mas questão muito importante quando se trata de nos fazermos entendidos. De conformidade com essa maneira de falar, a Alma vital seria comum a todos os seres orgânicos: plantas, animais e homens; a Alma intelectual pertenceria aos animais e aos homens; e a Alma espírita somente ao homem.

[9 Introdução II p 16]


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Desde que o princípio inteligente atinge o grau necessário para ser Espírito e entrar no período da humanização, já não guarda relação com o seu estado primitivo e já não é a Alma dos animais, como a árvore já não é a semente. De animal só há no homem o corpo e as paixões que nascem da influência do corpo e do instinto de conservação inerente à matéria.

[1 p. 245] [9 cit. p.301 / 302]*


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A Alma, no segundo concílio de Nicéia (787), declarava João de Tessalônica que a igreja decide que esses seres são na verdade espirituais, dotados de um corpo “tênue, aéreo ou ígneo”

[1 p.26]


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Clemente V, no Concílio realizado em Viena (1312), declarava heréticos “os que não admitissem a materialização da Alma”

[1 p.26] [6 cit. p. 294 e 295]*


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As Alma não atingem o grau supremo, senão pelos esforços que façam por se melhorarem e depois de uma série de provas adequadas à sua purificação. Os Anjos são Almas que galgaram o último grau da escala, grau que todas podem atingir, tendo boa vontade. Os Espíritos não são senão as Almas dos homens, despojadas do invólucro corpóreo.

[17a p.22]


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Toda Alma tem a sua vibração particular e diferente. O seu movimento próprio, o seu ritmo, é a representação exata do seu poder dinâmico, do seu valor intelectual, da sua elevação moral. As Almas que vibram uníssonas reconhecem-se e chamam-se através do espaço. Daí as atrações, as simpatias, a amizade, o amor.

[36a p.113]


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A Alma não tem, no corpo, sede determinada e circunscrita. Porém, nos grandes gênios, em todos os que pensam muito, ela reside mais particularmente na cabeça, ao passo que ocupa principalmente o coração naqueles que muito sentem e cujas ações têm todas por objeto a Humanidade.

[9a p. 108 q.146]


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Que se deve pensar da opinião dos que situam a alma num centro vital?

"Quer isso dizer que o Espírito habita de preferência essa parte do vosso organismo, por ser aí o ponto de convergência de todas as sensações. Os que a situam no que consideram o centro da vitalidade, esses a confundem com o fluido ou princípio vital. Pode, todavia, dizer-se que a sede da alma se encontra especialmente nos órgãos que servem para as manifestações intelectuais e morais."

[9a p. 108 q.146]


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No instante da morte a Alma volta a ser Espírito, isto é, volve ao mundo dos Espíritos, donde se apartara momentaneamente.

[9a p. 112 q.149]


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A Alma, após a morte, conserva a sua individualidade. Jamais a perde. Que seria ela, se não a conservasse? Continua a ter um fluido que lhe é próprio, haurido na atmosfera do seu planeta, e que guarda a aparência de sua última encarnação: seu perispírito, que comprova a sua individualidade. Almas nada leva consigo deste mundo, a não ser a lembrança e o desejo de ir para um mundo melhor, lembrança cheia de doçura ou de amargor, conforme o uso que ela fez da vida. Quanto mais pura for, melhor compreenderá a futilidade do que deixa na Terra.

[9a p. 112 q.150]





FONTE: http://www.guia.heu.nom.br/alma_humana.htm

terça-feira, 12 de junho de 2007

Fé demais não cheira bem!

Lembro-me muito bem do filme "Leap of Faith" (1992), traduzido no Brasil como "Fé demais não cheira bem".
Estrelado pelo ator Steve Martin, o roteiro tratava da vida de um pastor evangélico, que rodava o EUA com sua caravana, curando as pessoas e arrecadando muito dinheiro nas cidades em que parava.
O personagem de Steve Martin era um tremendo de um picareta, que junto com um grupo de assistentes montava um circo evangélico, dotado de muitas câmeras de vídeo, microfones embutidos e fones de ouvido, que possibilitavam saber com antecedência as necessidades das pessoas, que iam assisitir ao referido show do pastor. Muita coisa era armada para maravilhar as pessoas e com isso se ganhar dinheiro.
Um belo dia, no entanto, em uma pequena cidade do interior, um garoto paralítico dotado de muita fé se cura de verdade e diante deste milagre, que não estava planejado, o pastor cai na real e abandona tudo e a todos para repensar a sua vida e começar do zero novamente. Para completar, ao fugir da cidade começa a chover, coisa que não acontecia há muitos anos.
Por outro lado, estou relendo um livrinho na sua 3a. edição de 1994 (171 páginas), mas que originalmente (1a. edição) foi lançado na década de 70, chamado "Segredos da Magia de Umbanda e Quimbanda" do digníssimo W. W. Da Matta e Silva (Yapacani), publicado pela Livraria Freitas Bastos S.A. Nas suas páginas 35 a 49, Mestre Yapacani versa sobre "Quedas e Fracassos de Médiuns".
Interessante percebermos, que já naquela época quando ainda a moeda no Brasil era o cruzeiro, existia uma voz, que distoante do senso comum do movimento umbandista, mas plenamente sintonizado com a Corrente Astral Superior de Umbanda alertava a todos sobre este tema, que pelo visto é de conhecimento de muitos, mas ensinado, comentado e ressaltado por poucos. Nessas mais de duas décadas da minha vida umbandista, poucas vezes vi ensinamentos, palestras ou doutrinas em terreiros voltados para esse assunto.
Parece até que existe um pacto de silêncio, com objetivo de não causar melindres ou situações embaraçosas aos que porventura se sintam afetados. "Esses são assuntos áridos, sobre os quais todos se escusam de falar ou escrever e, quando o fazem, é por alto, indiretamente..." (Ibid. P. 35)
Bem, não é o caso deste blog. Não temos nenhum problema em olharmos para debaixo do tapete, retirarmos a sujeira que lá se esconde, declarar que ela existe e expormos a nossa opinião clara sobre ela.
Como o próprio Mestre Yapacani ensina no livro acima:
"Você tem uma "gota de luz"? Se a tem, precisa, já, derramá-la sobre os que ainda não possuem... Pois você deve saber que estamos no fim de um Ciclo onde a seleção, a escoimação ou o expurgo são condições já decidida pelas Hierarquias Superiores e você precisa cumprir a sua parte!
 
Então, por que essa indiferença, se você sabe e tem meios de elucidar, doutrinar etc.? O que está esperando? A sua indiferença. O seu comodismo podem não ser conivência direta com o erro, com a exploração, mas talvez seja uma covardia espiritual... (...) O caso se resume nisso: - você, podendo, não faz, tendo para dar, não dá... Ah! Já sei... Você é apenas um acomodado, não quer contrariar ninguém... Pois sim - você será incomodado por outros lados... (...) Se você é desses que vivem lendo obras espiritualistas, esotéricas, espíritas e mesmo os Evangelhos, só para o seu "bem-estar", não se preocupando em elucidar, quando tem oportunidade, saiba que isso é uma forma de egoísmo muito prejudicial... A você mesmo. (...) Sim, não adianta pensar e procurar uma evasiva. Atente: - aquele que se inteira das grandes verdades pelas luzes que são próprias deve espalhá-las, deve reparti-las sempre que puder, sem que, com isso, queira apagar sozinho a "imensa fogueira do mundo"... Porém, dê seu "copo de água"..." (Ibid. P. 18-19)
Antes de adentrarmos nos principais motivos de quedas e fracassos dos médiuns, é sempre bom lembrar que por dissertarmos sobre este tema, não significa em hipótese alguma, acharmos que somos melhores que os outros, ou que estamos blindados contra estas situações. Ao contrário, oramos e vigiamos todos os dias de nossas vidas para que não sejamos tentados ou vitimados por tais agruras da alma.
Mestre Yapacani, considera três causas prováveis, principais e sérias de quedas e fracassos de médiuns: Vaidade, Dinheiro e Sexo.
Continuando com as palavras do insígne Mestre: "(...), situemos desde já, dentre os diversos meios pelos quais os médiuns têm fracassado, os três aspectos principais ou os três pontos-vitais que os precipitam nos abismos de uma queda mediúnica etc. Ei-los:
I - A vaidade excessiva, que causa o empolgamento e lança o médium nos maiores destinos, abrindo os seus canais-medianímicos a toda sorte de influências negativas.
II - A ambição pelo dinheiro fácil, exaltada pelo interesse que ele identifica nos "filhos-de-fé" em o agradar, em o presentear, para pedir favores, trabalhos, pontos, afirmações etc., que envolvem elementos materiais.
III - A predisposição sensual incontida, que lhe obscurece a razão, dada a facilidade que encontra no meio do elemento feminino que gira em torno de si por interesses vários e que comumente se deixa fascinar pelo "cartaz" de médium-chefe... De "chefe-de-terreiro", babá etc." (Ibid. p. 36-37)
Neste último caso, acrescentamos a atualidade de encontrarmos esta facilidade no meio de ambos os elementos, feminino/masculino (dependendo da orientação sexual do médium).
Em detrimento dessas situações serem válidas para quaisquer médiuns, o problema se agrava ainda mais quando os mesmos são Chefes-de-Terreiros, Babalorixás, Yalorixás, Sacerdotes e Sacerdotisas.
Como sempre repisamos, a responsabilidade inerente ao cargo é muito grande, pois sob as suas guaridas estão almas em evolução, cabendo a eles serem facilitadores deste processo e responsáveis diretos, muitas vezes por suas vitórias e fracassos, ascensões e quedas.
Importante, nesse ponto frisarmos, que acreditamos, em todos os casos acima citados das causas de quedas e fracassos dos médiuns, que os mesmos de alguma forma possuem uma predisposição latente para uma delas, duas ou até todas elas, já que nesses casos, muitas vezes, uma causa puxa outra.

I - Vaidade

A vaidade excessiva, nem sempre aparece de cara. Ela vai se formando ao longo dos anos. Geralmente ela é mascarada por uma falsa apresentação de humildade, simplicidade e despreendimento material e até espiritual. Travestidos de uma capa de "ingenuidade" e sem problemas para demonstrar uma aparente ignorância, a sensação que obtemos ao entrarmos em contato com tais criaturas é de que estamos diante de vítimas do destino, necessitados de ajuda, apoio e sustento. A princípio seu dom mediúnico é genuíno, sua entidade principal, seja ele quem for é legítima. E por concordarmos em gênero, número e grau com Mestre Yapacani, deixemos que ele continue a nos ensinar:
"(...) de fato, é claro que ela (entidade) faz coisas extraordinárias. Cura. Ajuda. Aconselha. Demonstra conhecimentos irrefutáveis etc...
São tantos os casos positivos do protetor através da Mediunidade do médium, que logo se forma em torno dele uma corrente de admiração, e de fanatismo também.
A maioria dos elementos (filhos-de-fé), que o cercam, diante das coisas que vêem, são levados a agradar, a bajular, e com essas coisas, inconscientemente, vão-lhe incentivando a vaidade latente. Isso de forma contínua. A maioria desses médiuns não estudam, porque também não receberam ou não se interessam por uma preparação mediúnica adequada.
O protetor faz o que pode e deve (respeitando o livre-arbítrio), isto é, ensina, doutrina, alerta pelos canais mediúnicos: - na manifestação, nas intuições, nos avisos etc.
Mas acontece sempre que o médium, devido a fortes predisposições à vaidade, começa por não dar muita atenção aos conselhos, às advertências que o seu protetor vem fazendo... Chega a ponto de se julgar o tal, quase um "pequeno-deus". Ele pensa que a força é dele... Que o protetor é dele - é propriedade sua...
O médium vai crescendo em gestos, em palavras, pois que todos se acostumam acatá-lo em respeitoso silêncio, quando não, pelo medo ou por interesse próprio... Vai crescendo a sua vaidade e logo começa a fazer exibições mediúnicas...
Ele começa a praticar uma coisa que será fatalmente a sua cova... Passa a "trabalhar" sem estar corretamente mediunizado (ou seja, pede apenas a irradiação do "guia" de sua preferência sobre ele). (...)
Então, começam os desatinos, as bobagens, as confusões e a respectiva falta de penetração nos casos e nas coisas.
Começa a criar casos, a ter preferências e outras coisas mais. Não obstante as reiteradas advertências do protetor, ele continua... Eis que surgem os "transtornos". Os seus canais-mediúnicos, dada a faixa-mental que ele criou com os efeitos de sua excessiva vaidade, abrem portas aos quiumbas, que entram na dita faixa...
Daí tem início uma série de absurdos, envolvimentos negativos etc. O ambiente do terreiro sai da tônica de outrora. Tudo se altera. Nessa altura o médium percebe apavorado que o seu protetor mesmo - aquilo que era bom, foi embora... Deixou de sentir a positividade de seus fluidos benéficos...
No princípio ele tem um profundo abalo... Depois... Ah! Depois, ele vai se acostumando com o fluido dos quiumbas etc., e mantém a sua excessiva vaidade de qualquer forma... Nào quer perder o "cartaz"...
Porém, as curas, a antiga eficiência, não há mais...
(...)
O pobre médium que fracassou pela excessiva vaidade no íntimo é um sofredor, muitos se desesperam com o viver da arte de representar os caboclos, os pretos-velhos etc.
Enfim, ser um "artista do mediunismo" também cansa, porque a descrença é o "golpe de misericórdia" em suas almas."
(Ibid. p. 37-39).
A vaidade excessiva sempre é acompanhada de suas filhas diletas: a arrogância, a prepotência, a empáfia e as minhas "verdades" inquestionáveis, que devem prevalecer acima de qualquer uma, não importando as provas que surjam para contrariá-las. Se eu digo que uma coisa é amarela, embora todos estejam vendo que é azul, devem se calar e aceitar como amarela. Estes são as regras impostas pelos que se deixam tomar pela vaidade excessiva.

II - Dinheiro

Nessa causa de queda e fracasso mediúnico, Mestre Yapacani diferencia duas situações:
A) O médium de fato que cai pela ambição desenfreada do vil
Metal;
B) Os espertalhões e vândalos que usam o bom nome da Umbanda e de suas entidades a fim de explorarem a ingenuidade da massa, de todas as maneiras.
Com respeito ao segundo caso, como mesmo diz Mestre Yapacani: "De vez em quando os jornais dão notícias deles..."
(Ibid. p. 39)
Detenhamo-nos no primeiro caso. Esse totalmente defendido por alguns na famigerada "Lei de Salva" e aqui já de bate pronto realizo uma mea culpa. Em meu livro e durante muitos anos defendi ferrenhamente o pagamento em dinheiro da Lei de Salva, como um dever a ser respeitado por todo filho-de-terreiro. Acreditava então, que mediante o fato de nos depararmos com pessoas (dirigentes de terreiro) que viviam exclusivamente para a religião e não tendo outra fonte de renda, era lícito tanto se cobrar, como se pagar consultas e trabalhos espirituais. Ledo engano da minha parte e a vida me ensinou a duras penas que o único beneficiado em tudo isto era e foi exclusivamente o receptor da lei de salva.
Indubitavelmente, reconheço que em nossa religião são raras as coisas possíveis de se fazer que não envolvam dinheiro. Dos materiais utilizados, a manutenção e sustentação da infra-estrutura de um terreiro, de coisas simples, como o pagamento de contas de água, luz, telefone etc., se envidam esforços para conseguir o aporte financeiro necessário. De fato, não é fácil manter um casa aberta e realizar as giras, sejam elas semanais, quinzenais ou mensais.
 
Entretanto, existem maneiras lícitas de se conseguir tal mister. Existem muitos terreiros, que sobrevivem por esse Brasil afora e são exemplos a serem seguidos de auto-gestão eficiente. Sai do escopo deste artigo explicar como. Uma coisa é certa, não é com a chamada lei de salva que eles fazem isso.
A Lei de Salva somente deve ser utilizada para trabalhos que envolvam Magia e exclusivamente voltados as questões que exigem o combate a Magia Negra. Reproduzimos mais uma vez, as sábias palavras de Mestre Yapacani, agora no seu livro "Umbanda e o Poder da Mediunidade" (1987 - 3a. edição - Livraria Freitas Bastos p. 77-80).
"Mas o que é, em verdade, a lei de salva? Tentaremos explicar isso direitinho, pondo os pontos nos ii, que é para tirarmos a máscara de muitos falsos "chefes-de-terreiros"ou "babá", ou que outro qualificativo lhes queiram dar, que fazem disso a "galinha de ovos de ouro"...
Essa lei de salva é tão antiga quanto o uso da magia. Existe desde que a humanidade nasceu.
Os magos do passado jamais se descuidavam de sua regra, ou seja, da lei de compensação que rege toda ou qualquer operação mágica, quer seja para empreendimentos de ordem material, quer implique em benefícios humanos de qualquer natureza, especialmente nos casos que são classificados na Umbanda como de demandas, descargas, desmanchos etc. Dessa lei de salva, ou regra de compensaçào sobre os trabalhos mágicos, nos dão notícia certos ensinamentos esotéricos com a denominaçào de lei de Amsra...
Nenhum magista pode executar uma operação mágica tão somente com o pensamento e "mãos vazias" - isto é, sem os elementos materiais indispensáveis e adequados aos fins...
Essa história de pura magia mental é conversa para entreter mentalidades infantis ou não experimentadas nesse mister.
Qualquer ato ou ação de magia propriamente dita requer os materiais adequados, sejam eles grosseiros ou não. Vão dos vegetais às flores, aos perfumes, aos incensos, as plantas aromáticas, às águas dessa ou daquela procedência até ao sangue do galo ou bode preto.
A questão é definir o lado: - ou é esquerda, ou é direita, negra ou branca.
Ora, como toda ação mágica traz sua reação, um desgaste, uma obrigação ou uma responsabilidade e uma consequência imprevisível (em face do jogo das forças movimentadas) é imprescindível que o médium-magista esteja coberto ou que lhe seja fornecida a necessária cobertura material ou financeira a fim de poder enfrentar a qualquer instante essas possíveis condições...
Então é forçoso que tenha uma compensação. Aí é que entra a chamada lei de salva, ou simplesmente SALVA...
Mesmo porque, todo aquele que, dentro da manipulação das forças mágicas ou da magia, dá, dá e dá sem receber nada, tende fatalmente a sofrer um desgaste, pela natural reaçào de uma lei oculta que podemos chamar de vampirização fluídica astral, que acaba por lhe enfraquecer as forças ou as energias psíquicas...
E naturalmente o leitor, se é médium inciado na Umbanda, nessa altura deve estar interessadíssimo em saber como será essa compensação. Claro, vamos dizer como é a regra, para que você possa extrair dela o que seu senso de honestidade ditar: DE QUEM TEM, PEÇA TRÊS, TIRE DOIS E DÊ UM A QUEM NÃO TEM; E DE QUEM NÃO TEM, NADA PEÇA E DE ATÉ DE SEU PRÓPRIO VINTÉM.
(...)
É claro que essa lei de salva ou de compensação, própria e de uso exclusivo em determinados trabalhos de magia, não pode ser aplicada em todos os "trabalhinhos" corriqueiros que se pretenda ser de ordem mágica."
Como vimos, a lei de salva está totalmente imbricada com a honestidade de quem a aplica, com o discernimento ético, e principalmente com o uso adequado da regra acima estabelecida.
O uso indiscriminado e abusivo, como vemos existir em muitos lugares, para quaisquer tipo, já não só de magia, mas para tudo em qualquer circunstância, inclusive até para se acender uma simples vela é deplorável, desonesto e voltado exclusivamente para o enriquecimento ilícito do cobrador, que se vale da necessidade alheia, do desespero de causa de outrem e da ingenuidade da maioria para explorar e garantir seu sustento e sobrevivência através da Umbanda, que diz praticar e ser médium, chefe-de-terreiro, dirigente de casas abertas, sacerdotes e sacerdotisas "confiáveis" e de "credibilidade".
Se a lei de salva é uma regra inviolável, ela também tem a sua contra-parte de retorno para aqueles de quem dela abusam.
Como diz Mestre Yapacani: "É triste vermos como a queda desses verdadeiros médiuns-magistas é vergonhosa, desastrosa até... Começa acontecer cada uma a esses infelizes! Desavenças no lar, separações, amigações, neuroses, bebida, jogo e uma série de "pancadarias" sem fim, inclusive o desastre econômico (...) e no final de tudo, verdadeiros trapos-humanos (...)." (Ibid. p. 80)
E no seu livro "Segredos da Magia de Umbanda e Quimbanda" citado anteriormente, ressalta novamente, sobre a questão do dinheiro e da lei de salva: "Agora compete ao magista, seja ele de que corrente for, não abusar, não exceder, não ambicionar, não derivar para o puro lado da exploração... Ora o médium-magista então, ambiciosamente, começa a abusar disso. Começa por se exceder na Lei de Salva, pedindo mais dinheiro. Passa a cobrar grosso em tudo e por tudo. Inventa "trabalhos" de toda espécie, assim como "desmanchos" e afirmações para isso e aquilo... E os aflitos, os superticiosos, os impressionáveis, os filhos-de-terreiro, dão e sempre com prazer, visto esperarem sempre uma melhoria ou uma vantagem qualquer por via disso (...). (Os que abusam da Lei de Salva) (...) comumente se deixam enterrar mais ainda nesses aspectos, porque afinal de contas dinheiro é coisa boa e traz muito consolo por outros lados.
Todavia, apesar da fartura do dinheiro fácil, reconhecem depois de certo tempo que é um dinheiro maldito... Passam a viver com a consciência pesada, irritados e sempre angustiados. O fim de todos eles tem sido muito triste... Ou surgem doenças insidiosas, ou os vícios para martirizá-los, pois a moral já é uma cruz que carregam desde o princípio de seu fracasso mediúnico...". (Ibid. p. 42-43)

III - Sexo

A questão do sexo, muitas vezes está ligado a 1a. causa (vaidade excessiva) e alimentado pela 2a. causa (dinheiro fácil), outras nem tanto. Indiferente de nossa orientação sexual, devemos estar sempre vigilantes contra os possíveis assédios e as prováveis tentações que nos ocorram. Devemos sempre ter em mente a responsabilidade que nos cabe como instrumentos fiéis do astral e no caso dos dirigentes de terreiro a ação e reação de nosso envolvimento com as pessoas que nos confiam seus problemas, segredos íntimos, angústias, atribulações, medos e inseguranças. Sob este aspecto é inadmissível que médiuns masculinos justifiquem a sua incontinência sexual ou mesmo promiscuidade, por conta de terem um Exú "fulano" ou "sicrano", ou simplesmente um exú e de médiuns femininos se arvorarem de possuir uma pombagira "beltrana" etc. Pior ainda, de "chefes-de-terreiro" que valorizam essa situação para tirar proveito para si mesmos ou de, no intuito de arrecadar dinheiro de seus prosélitos, encostam pombagiras e exús nestes, a fim de incentivá-los ou fortalecê-los para praticarem, como se diz, a "vida fácil".
Um absurdo o verdadeiro "show" de sensualidade e escrachamento que acontecem dentro dos terreiros.
O tempo dos exús "garanhões" e das pombagiras "prostitutas" tem que acabar. Essa época dos exús "babando", desfigurados, tortos e as mãos em formas de garra, de pombagiras escandalosas, de salto alto, maquiagem exarcerbada, vestidos sensuais ou nuas da cintura para cima já se foi, ou nunca existiu e esqueceram de avisar há muitos. Exús e Pombagiras são entidades importantissímas dentro do universo umbandista, não são demônios, nem diabos de chifres, rabos e epiderme vermelha. Acreditar nisso sim, é que são os chifres que colocaram na sua cabeça. Mas, isto é conversas para mais de metro e para outro artigo.
Nessa altura, o caro leitor deve estar se perguntando... Aonde é que se encaixa o filme do Steve Martin?
Bom, a fé pura em sua essência positiva, curou o garoto paralítico, mesmo em frente a uma farsa montada pelo personagem do Steve Martim, o pastor evengélico, tá lembrado.
Alertamos, aos irmãos umbandistas, que esta fé pura, essencialmente positiva, calcada na inocência do garoto e não na sua ingenuidade, é válida e gera frutos "milagrosos", podemos assim dizer. No entanto, devemos para todas as ocasiões mantermos um mínimo de racionalidade que permita a nossa fé transitar, sem que caiamos nessas armadilhas produzidas por esses tipos de "dirigentes/médiuns".
A máxima é válida para nós, ao cuidarmos de nossa Mediunidade, como também para evitarmos essas arapucas ambulantes: Vigiemos e Oremos!
Afinal, fé demais (sem o mínimo de discernimento e racionalidade) não cheira bem!
CAIO DE OMULU
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domingo, 10 de junho de 2007

AMIZADE

O que é que faz com que uma amizade solidifique e se torne profunda?

Falando das suas experiências, alguns afirmam que foram momentos de grande dor que fizeram com que eles descobrissem e firmassem uma sólida amizade. A chave, portanto, seria passar por um grave problema juntos.

Outros, contudo, falam de coisas pequenas que se somam no tempo acrescentando, a cada ano, mais uma pedra preciosa ao relacionamento.

Harry e Lawrence pertencem a esse último grupo. São primos em primeiro grau. Nasceram com a diferença de seis meses e separados apenas por poucas quadras.

Desde a mais tenra idade, conviveram. Descobriram que eram muito parecidos. Falavam, gostavam e pensavam de forma muito semelhante.

Quando ambos tinham em torno de 05 anos, Lawrence foi para a festa de aniversário do primo. Era mais uma grande reunião de família, onde se misturavam primos, tias, sobrinhos.

Harry ganhou de um dos convidados uma maravilhosa coleção de soldadinhos de chumbo, pintados com cores vivas e aos olhos da criançada pareciam reais. O aniversariante os pegou e mostrou a todos com orgulho.

Brincaram até tarde. Na hora da saída, Lawrence enfiou todos os soldadinhos no bolso da calça.

Eram tão lindos que ele os desejou para si. Fingindo naturalidade, foi saindo de fininho, encaminhando-se para a porta.

O que ele não sabia é que o bolso da calça estava furado e os soldadinhos caíram com estardalhaço no chão.

Os adultos se viraram todos para o pequeno, com olhos acusadores. Sua mãe lhe desferiu aquele olhar de: o que você fez?

O garoto se sentiu acuado. Tinha vontade de sair correndo, fugir, mas as pernas lhe pesavam. Pareciam pregadas ao chão. Foi o pior momento de sua vida, lembra Lawrence, hoje com mais de setenta anos.

Então, o primo Harry veio em seu socorro. Colocou-se ao lado dele e com segurança falou em voz alta e clara:

Eu dei os soldadinhos para ele.

Recordando aqueles momentos, o escritor que viaja pelo mundo todo, pergunta:

- De que outro motivo preciso para amar esse sujeito?

E são amigos até hoje. Mesmo que, crescidos, tenham seguido caminhos diferentes, prosseguiram a cultivar esse sentimento maravilhoso que nos faz florescer e que se chama: amizade.

***

A amizade sincera é um oásis de repouso para o caminheiro da vida, na sua jornada de aperfeiçoamento.

A amizade leal é a mais formosa modalidade do amor fraterno, que santifica os impulsos do coração.

Quem sabe ser amigo verdadeiro é, sempre, o emissário da ventura e da paz.

Ter amizade é ter coração que ama e esclarece, que compreende e perdoa nas horas mais amargas da vida.

Revista seleções do reader's digest março/2000 – o último calouro Livro: O Consolador, perg. 174   (FONTE)

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OXUM (A Moça do Ouro)

Sincretismo- Nossa Senhora, variando conforme a qualidade, mas a mais conhecida pelo sincretismo é Nossa Senhora Aparecida.

Cor- Amarelo

Cores- Amarelo ouro ( dourado)

Dia da semana- sábados

Festa votiva- 12 de outubro, 7 de dezembro ou durante o mês de agosto.

Saudaçao- Ora-i.e.-ieu

Oferendas- Cabra, galinhas amareladas ou caipiras, pata, galinha de Angola, pombo.

Agrados- omolocum, ovos cozidos, salada de frutas, ipeté, xinxim de galinha, cenouras, doces e balas, peixe assado. Também gosta de receber o balaio de Oxum, que é uma cesta de vime contendo tudo que uma mulher vaidosa gosta de usar: perfumes, sabonetes, talco, pó-de-arroz, batons, esmalte, sombra, rouge, pulseiras, colares, anéis, brincos, espelho e pentes. Também pode-se colocar uma boneca, doces e balas. Gosta de peixes de água doce, como Dourado, pintado, tilápia, bagre, e de pitu, o camarão da água doce.

Locais de oferendas- cachoeiras, beiras de rios, lagoas, fontes de água, nascentes

Indumentária- Adê dourado, abebé, alfange, braceletes, tecidos em tons de amarelo ouro, ou claro, ou escuro.

Flores- rosa ou palmas amarelas, angélica, lírios, jasmim.

Frutas- melão, mamão, pêra, uva, morango, banana da terra, banana ouro, laranja Bahia, maracujá.

Ervas e plantas- alface crespa, alamanda, açafrão, folha da costa, oriri, parietária, macaçá, cajá mirim, erva do passarinho, colônia.

Fetiche- abebé, ovos maracujá, doces, peixes, olho d'água que são pedrinhas retiradas do fundo dos rios, chamadas também de otá, bonecas e perfumes.

Características- Orixá do amor, da riqueza e da fertilidade. Deusa da água doce.

Um pouco sobre Oxum-  A água da vida. Orixá das águas doces, recebeu de Olorum a responsabilidade de cuidar da fertilidade, assegurando a gravidez e o nascimento das crianças, pelas quais é responsável pelo período de um ano, passando após os cuidados ao orixá guardião da mesma. Também é a responsável pela água doce de todo planeta, passando com isso a ser a divindade máxima pela sobrevivência da espécie, pois se formos associar o papel da água no planeta, veremos que sem água nada sobrevive, nem mesmo nosso organismo que é formado pôr uma grande quantidade de água. Ainda vemos, a importância dela, até mesmo como protetora das crianças pelo fato de que durante os nove meses de gestação, o embrião e após o feto são envolvidos no útero da mãe pela placenta, que nada mais é do que uma bolsa de água, o que garante a sobrevivência do feto. Portanto, a água é uma continuidade das espécies. Sem a presença da água doce, o ser humano não teria como sobreviver, pois além da importância para a própria vida, é importante para a terra. Sem água para adubar a terra, não teríamos alimentação; sem água, não existiria oxigênio, pois nenhuma planta, erva ou árvore seria capaz de sobreviver; sem água, nenhum organismo vivo seria capaz de sobreviver ou evoluir. Somente rogando a Oxum, é que as águas doces sempre estão presente no nosso dia a dia, porém, os Iorubás sempre se responsabilizam pela sua conservação, pôr saberem o quanto ela é útil dentro da religião, e também ao mundo. O aspecto religioso do uso da água doce entre os povos Iorubás se deve ao fato de que é a água doce que também limpam e purificam as impurezas da terra e do ser humano. Quando um alimento é jogado às águas, ele sempre vai servir também de alimento aos peixes, sempre reiniciando assim o processo de sobrevivência, e formando um ciclo: alimento, águas limpando, peixes, alimentação. E através disso, no fundo das águas, começa  o início da limpeza e purificação,  pois estas mesmas águas sobem aos céus através do processo natural da evaporação, que é o processo pelo qual a água sofre do líquido para o gasoso, e depois se formam nuvens que retornam à terra através do processo de condensação, que é neste processo que a água retorna do estado de vapor para o líquido, formando a chuva, que é muito necessária para nossa existência no planeta, tanto para o ser humano como para todo o planeta. É a deusa do amor, pois pelo fato de a vida continuar a crescer e a evoluir é necessário o amor. O amor, não a paixão, pois através deste sentimento, que uni o homem e a mulher é que se inicia o processo da fecundação, através do qual, está assegurada a reprodução das espécies. Também este mesmo amor, faz com os povos tenham mais união, e assim procurarem mais paz e harmonia. Um dos símbolos marcantes de oxum também são os ovos. Ainda neste mesmo processo, sabemos que após a fecundação é formado o zigoto, que nada mais é do que um ovo, a partir do qual será desenvolvido o embrião, isto em qualquer matéria viva do planeta. Outro símbolo de Oxum é o maracujá, pois tem a cor amarela, cor pungente de Oxum, e suas sementes são consideradas como  o útero. Também é responsável pelo processo da menstruação feminina, que é o fenômeno produzido através de perda de sangue, pelo qual é eliminado as impurezas nos seres femininos. Após este período, a mulher se encontrará sempre fértil. Quando queremos filhos sadios, pedimos a interferência de Oxum. Pôr ser a protetora das crianças, Oxum também é lembrada pela presença de doces e frutas. O doce, como o próprio nome diz, só traz alegrias e felicidades, e as frutas fortalecem a saúde, através de suas vitaminas.

Também simbolizada pôr peixes, pois é a protetora dos rios, e portanto é ela quem assegura o equilíbrio da sobrevivência deles, através do fenômeno conhecido pôr Piracema, aonde os peixes sobem os rios para a nascente dos mesmos, a fim de se reproduzirem, produzindo um rumorejo, que é o som através do qual Oxum escuta e passa a observar até a chegada dos mesmos para a desova, aí sim, com a interferência direta de Oxum que passa a proteger os ovos, até se transformarem em alevinos, daí em peixes, retornando aos rios, para novamente  recomeçar o ciclo. Olorum também presenteou Oxum pela influência que ela tem na continuidade das espécies com o domínio sobre o ouro, transformando-a num dos orixás da riqueza, pois o outro é Oxumarê. O ouro é um metal amarelo que não se altera no ar ou na água, resistindo aos tempos, e fonte de riquezas e vaidades, pois afinal, Oxum também é o orixá das vaidades. Bonita, charmosa e elegante, Oxum gosta de se enfeitar com anéis, colares e brincos, cujo elemento principal seja o ouro. Também se olha em seu abebé, que é uma espécie de espelho, dourado, enfeitado com um peixe. Pelo domínio do ouro, é a mais rica entre as iabás. Possui o poder da adivinhação, pôr Ter sido uma das companheiras de Ifá, e através disto comanda o jogo de búzios, método utilizado para adivinhações dentro dos rituais Iorubás. Devido a todos estes poderes, Oxum é tida também como uma grande feiticeira.

Qualidades- Oxum Apará, que usa espada, e é companheira de Ogum

Oxum Apondá

Oxum Abalô

Oxum Aboto

Oxum Carê- que usa ofá, e caminha com Oxossi.

Oxum Iyomi

Oxum Iyabá Omi

Oxum Timi

Oxum Iyjemum

Oxum Nisin

http://www.temiogooxum.kit.net/oxum.htm  (fonte)

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Cantigas de Exú

        Portão de ferro,
        Cadeado de madeira...
        Portão de ferro,
        Cadeado de madeira...
        É no portão do cemitério,
        Onde mora o Exú Caveira !
        É no portão do cemitério,
        Onde mora  Exú Caveira !

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O sino da igrejinha faz belém blêm blom !
O sino da igrejinha faz belém blêm blom !
Deu meia-noite o galo já cantou,
Seu Tranca-Ruas que é dono da gira,
Corre gira que Ogun mandou !

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Vinha caminhando pela rua,
Quando avistei um vulto,
E fui ver que era...
Quem era? ô ! Quem era?
Era Tiriri ô !
Na encruza, era !

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Todo dia a nega pensa,
Que eu saio e vou trabalhar,
Coloco meu baralho no bolso,
Meu cachecol no pescoço,
E vou pra Barão de Mauá...
Trabalhar,trabalhar...
Trabalhar pra quê?
Se eu trabalhar eu vou morrer !

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Se for matar um boi,
O mate na porteira !
Se for matar um boi,
O mate na porteira!
Dê o sangue pro diabo
E osso pro João Caveira !

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Ê quá quá quá...
Ô que linda risada que Esú vai dá!
Ê quá quá quá...
Ô que linda risada que Esú vai dá!
Ô que linda risada que Esú vai dá!
Ô que linda risada
De quá quá quá!

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Ô luar, ô luar !
Ele é filho da lua
Ô luar !
Quem cometeu as suas faltas...
Peça perdão
À Tranca-Ruas !

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Seu Zé,
Quando vem lá da lagoa...
Toma cuidado
Com o balanço da canoa !
Seu Zé,
Faça tudo que quiser...
Sá não maltrate,
O coração dessa mulher !

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Quem quiser lhe ver,
Sobe em cima de um Barranco,ô Zé
Quem quiser lhe ver,
Sobe em cima de um Barranco,ô Zé
Pois o homem é Tranca-Ruas de Imbaré !
Pois o homem é Tranca-Ruas de Imbaré !

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Na Praia deserta eu vi Exú
Então o meu corpo tremeu todo
Acendi minha vela e meu charuto
Arriei meu marafo
Saravei Exú do Lodo!

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Ao ver Exú na encruzilhada
Com ele não se meta
É ali que ele trabalha
O reino é de Capa Preta!

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Exú Maré
Ele vem nas ondas do mar
Pra mostrar quem ele é
Vem pra vencer demandas
Ele é Exú Maré!

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O seu Sete é rei !
Da calunga pequena ele é morador !
Saravou Exú Caveira,
O seu Sete é curador !
Com sua capa e seu garfo,
E seu marafo ele vem trabalhar !
Saravando a Ciganinha,
Vem sua gira firmar !

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Exú Tranca Tudo, 
Trancou, trancou !
Ele vem trancar,
Trancou, trancou !
Ele vem pra trabalhar,
Sua quimbanda é muito forte,
Mas seu ponto é miúdo
Ele sabe sempre o que faz,
Saravá seu Tranca Tudo !

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Com seu terno preto,
Sua bengala de embira,
Ele é muito elegante
Saravá seu Tranca Gira
Ele vem na madrugada
Com sua linda cartola
Chega e dá logo Boa Noite !
Mas não gosta de quem lhe amola !

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Ele é Exú !
É Exú Mirim !
Não me nega nada,
Sempre me diz sim !

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Exú Mirim é o meu Exú de fé!
Exú Mirim é pequeno na quimbanda!
Exú Mirim saravando a encruza,
Exú Mirim vencendo suas demandas!

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Exú Mirim é um Exú formoso !
Ele é Exú de fé !
Tem um Pai e tem um Mano,
Esse Mano é Lúcifer !

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Seu Zé Pelintra quando vem,
Ele trás sua magia,
Para saudar todos seus filhos,
E retirar feitiçaria !
Pisa na Aruanda Zé Pelintra,
Eu quero ver !
Pisa na Aruanda Zé Pelintra,
Eu quero ver !

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Eu andava numa estrada perdido,
Cheio de medo,
Na escuridão...
Foi quando encontrei um homem,
Que me dizia pra não ter medo não!
Ele era seu Sete Catacumbas,
Que veio da calunga
E me estendeu a mão!
E nessa estrada já não tenho medo,
Pois tenho a minha fé,
E a sua proteção!

---------------------------------------------

Andava de noite,
Não tinha onde ficar...
Estava amargurado,
Na calunga eu fui parar...
Olhei fiquei parado,
Ouvi lindo gargalhar !
Oi de uma sepultura,
Vi um homem se levantar !
Ô me ajude seu Sete !
Ô me dê sua proteção !
Eu te louvo na umbanda,
Lhe trago no coração !

---------------------------------------------

Ele é capitão da encruzilhada, ele é !
Ele é da ordenança de Ogun
Sua dijina, quem lhe foi Santo Antônio
Sua coroa,quem lhe deu foi Omulú
Salve o Sol,Salve a Estrela,Salve a Lua!
Saravá seu Tranca-Ruas !
Que é dono da gira no meio da rua !
Iná ele é Mojubá, iná ele é Mojubá
Saravá seu Tranca-Ruas ! Que é dono da gira no meio da rua!

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Exú pisa no toco,
Exú pisa no galho,
Galho balança, Exú não cai,
Ô Ganga, Ê Exú...
Exú pisa no toco de um galho só!
Ê Exú..
Exú pisa no toco de um galho só!
Marimbondo pequenino,
Bota fogo no paiol,
Ô ganga, Ê Exú 
No toco de um galho só!

        ---------------------------------------------
 
        Exú que tem duas cabeças,
        Ele olha sua Banda com fé !
        Exú que tem duas cabeças,
        Ele olha sua Banda com fé !
        Ô uma é, Satanás do inferno
        E a outra é,
        De Jesus de Nazaré !
        Ô uma é, Satanás do inferno
        E a outra é,
        De Jesus de Nazaré !

        ---------------------------------------------

Balança de Fé
É Hora, é hora!
Balança de Fé
É hora, é hora!
Gira Santo Antonio
Tranca Ruas vai embora
Gira Santo Antonio
Tranca Ruas vai embora
Balança de Fé
É Hora, é hora!
Balança de Fé
É hora, é hora!
Gira Santo Antonio
Tranca Ruas foi  embora!
Gira Santo Antonio
Tranca Ruas foi embora!

---------------------------------------------

Cambono, camboninho meu
Meu cambono

Olha que Exú vai ao ló!
Cambono, camboninho meu
Meu cambono

Olha que Exú vai ao ló
Vai, vai vai meu cambono
Vai numa gira só!

 

http://ritosdafrica.vilabol.uol.com.br/index_pontos_exu.htm (fonte)

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